sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Chegou a hora!


Quanto vale a série B?

Uma cena emblemática do filme Cruzada, de Oliver Stone, se passa em frente aos portões de Jerusalém, cidade sagrada para as três grandes religiões monoteístas do mundo, no momento em que ela, até então dominada pelos cristãos, cai nas mãos do Sultão Saladino e seus 400 mil guerreiros muçulmanos. Na cena, Balian de Ibelin, cavaleiro cristão que protegia a cidade, vendo os corpos de seus semelhantes espalhados pelo chão, pergunta ao vitorioso líder muçulmano o quanto vale Jerusalém.

Saladino, já se retirando para junto de seu exército, diz: nada.

No caminho, interrompe o passo, se vira, e com um esboço de sorriso e o punho levantado, fala: e tudo.

Nada...E Tudo. Depende dos olhos de quem vê.

Para uns, o futebol brasileiro não é nada, não passa de uma perda te tempo idiota, um jogo de ilusões, jogado com cartas marcadas num ambiente infestado por malandros como Ricardo Teixeira e Boris Berezowski, onde o monopólio de transmissão empurra o flamengo goela abaixo toda quarta e domingo, onde a grande mídia baba e se curva reverente a um “fora de forma” e sua luta diária contra a geladeira. Para uns, o futebol brasileiro não passa de uma trágica bolsa de valores, onde os nossos produtos humanos sonham com o Real Madrid antes mesmo de largarem a mamadeira.

Para outros, como eu, o futebol resiste ao tempo e aos pilantras, que morrem, e ele fica. É mais do que um esporte, é uma cultura, que ensina a ganhar e perder, que forma milhões de apaixonados, que movimenta o sonho de todo uma cidade, por gerações. Para outros, como eu, o futebol brasileiro um dia vai se purgar de seus parasitas, do simples e puro jogo de interesses, de seus árbitros medonhos e dos pilantras que nada fazem para brecar a remessa de nossos craques ainda adolescentes para o exterior.

Para nós, o futebol brasileiro, um dia, vai vencer.

Se você pensa como a gente, chame seus vizinhos, seus amigos e conhecidos, e vá para a Arena Condá no domingo.

A Chapecoense precisa de você.

Chapecoense
O Macuglia já começa a definir a equipe que vai enfrentar o Caxias. Até o presidente andou rondando os treinos essa semana, mostrando que a mobilização na diretoria é total.

Os ingressos começaram a ser vendidos bem cedo e todo mundo sabe que uma derrota, até mesmo o empate, acaba com o sonho de série B e abre a temporada de amistosos.

A expectativa é de casa cheia.

Bronzatti está suspenso, mas temos a volta do atacante Rogério, que deu entrevista esta semana bastante confiante.

O Papa, grande reforço do departamento médico pra essa temporada, pra variar, não sabe se joga. Aliás, isso só reafirma o quão temerário pode ser esse tipo de contratação. Espero que ele entre, acabe com o jogo, e queime a minha língua.

Caxias
Eles andaram treinando até no feriado de 7 de setembro. Estão loucos pra voltarem à serie B e ainda acreditam na classificação. Vão querer complicar em campo.

O Caxias tem 67 anos de história. Foi fundado numa época em que os gaúchos da serra odiavam os times de Porto Alegre e sonhavam com Copacabana. Tanto é que o Caxias se chamava Flamengo, e inaugurou seu estádio em 1951 ganhando do Fluminense...de Caxias do Sul.

Em seus quase setenta anos, ganhou apenas um título, o gauchão de 2000. Eles fazem questão de reverenciar todos os títulos de princesa da festa da uva, ganho pelas representantes do time. Bom, nada contra, cada um na sua.

Em compensação, o Caxias já esteve muito próximo da série A. Em 2001, travou uma batalha jurídica com o Figuirense pelo direito de estar na elite do futebol nacional no ano seguinte. Na última rodada o Figueirense vencia o Caxias-RS por 1 a 0, em Florianópolis. O empate colocaria o Caxias na Série A do Brasileiro. Faltando dois minutos para o final da partida, parte da torcida do Figueirense invadiu o gramado, impedindo a continuidade do jogo. Entre decisões do STJD, da justiça comum de Caxias e ofícios da CBF, o Figueirense acabou ficando com a vaga.

Desde então, eles acreditam que têm um compromisso marcado com a serie A. E ninguém é bobo de acreditar que eles vão ficar só se defendendo. Virão num 3-5-2 cheios de vaselina.

Arbitragem
Tudo bem que a arbitragem no Brasil é uma vergonha e contra a Chape ela costuma mostrar o que tem de pior. Mas domingo ela tem a chance de se redimir, e só o que a gente pede é que o homem do apito e a rapaziada que segura o pano sejam imparciais - o que antigamente era obrigação, mas hoje no Brasil parece ser mérito.

Chega de levar garfada. O Arnaldo Cesar Coelho, aquele mala, diz que quando o juiz é bom, a gente não lembra o nome dele depois do jogo. Pois após o jogo, espero nem lembrar que exista essa profissão no mundo.

Classificação
O Caxias tem quase o dobro da nossa idade, mas só a metade do nosso tamanho. Então, domingo, não tem desculpa, nada de pisar no caroço e entregar o ouro pro bandido.

A Chape não tem escolha. É vitória a qualquer custo. E é bom vencer bem, se impondo, pra ganhar confiança

Se perder, só em 2011 e, pasmem, ainda sem a certeza de que estaremos na elite do estadual. Só acredito quando sair a tabela.

Vamos Chape, chegou a hora.

Chapecoense | Para sempre

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