terça-feira, 11 de janeiro de 2011

catarinense 2011


Goste você ou não do Delfim, o Campeonato Catarinense está aí, com suas cotas de transmissão paupérrimas, com o Giovani Martinello gritando “olha o chuuute...booouua bola”,  com o Mauro Ovelha, o Rafael Coelho e toda a fauna futebolística do nosso maravilhosa futebol!

Todas as equipes vão aparecer na TV, porque todas vão jogar ao menos quatro partidas contra as equipes da Capital. É só alegria! 

Mas agora: é Catarinão ou Catarininha?

O que faz um campeonato ser forte a gente já sabe que é o dinheiro, aquilo que o capitalista tem e o comunista, no fundo, também deseja. Para um campeonato ser forte, precisa ter dinheiro. E bastante. E bem distribuído. Para ter bastante dinheiro bem distribuído é preciso público nos estádios, audiência na transmissão dos jogos, gente que saiba negociar cota de TV e, claro, o que o sucesso disso tudo atrai: bons patrocínios para os clubes.

Para que um cidadão de bem vá ao estádio torcer, ou para que ele fique em casa, no sofá, vendo pela TV o Badé perder a bola e iniciar um contra-ataque, os jogos precisam ser emocionantes, o campeonato precisa ser equilibrado, disputado, mordido, mastigado, e, se possível, ter um ou dois craques pra confirmar que a bola é redonda, e que ela rola. Mas isso só se for possível, porque craque, craque mesmo, os empresários sanguessugas tão levando pra zoropa ainda na fralda. 

Mas na prática a teoria é outra. Dinheiro no catarinense definitivamente não rola. Um mês do salário do Ronaldo gordo é maior que o montante destinado a todos os clubes em cotas televisivas.

E, apesar de não lembrar de grandes goleadas, não diria que o campeonato catarinense é equilibrado. O Figueirense reinou quase soberano no campeonato enquanto esteve na serie A do brasileirão. O Avaí, tão logo subiu, conquistou dois títulos seguidos.

Com times na série A (figueira e Avaí), série B (Criciúma), série C (Chapecoense e Joinville), Série D (Brusque) e equipes ainda lutando por uma letra, como Concórdia e Imbituba, não dá pra negar que a distância técnica e de estrutura entre as equipes é grande. Impossível não ver o fosso existente entre, por exemplo, Concórdia e Figueirense.

O Concórdia, que conquistou o acesso à elite do futebol catarinense há poucas semanas, teve que trazer quase um time inteiro para disputar o estadual deste ano. É a sina das equipes pequenas, sem calendário, onde o contrato que vincula o jogador costuma ser curto, de apenas seis meses. Com o constante entra e sai, é impossível manter uma base e difícil organizar um projeto vitorioso.

Para manter uma base é preciso ter calendário; para ter calendário é preciso ter um bom time;  enquanto os cartolas discutem o que conquistar primeiro, a vida passa, o mundo gira e rotatividade segue intensa. 

Não é à toa que em Concórdia o estádio foi construído estrategicamente atrás da rodoviária.

Para tentar suprir a debandada geral do final de ano, o Galo do Oeste realizou uma parceria com o Ypiranga/RS, contratando alguns jogadores que não fecharam com equipe gaucha. Tradução livre: quem não serve pro Ypiranga, pode tentar a vida na equipe do Oeste. 

Se a equipe gaucha já não é lá essas coisas, imagina o que ela rejeita. É concórdia, aquilo que o mundo te pede, não é aquilo que o mundo te dá.

Não sei o que esperar deste campeonato. Claro que a gente quer ver a Chape brilhar, o Figueira chorar, o Avaí se ferrar e o concórdia, nosso vizinho, escapar.  
Mas já foi dito: na prática, parcero, a teoria é outra.

Sábado estarei na ressacada pra ver a gente ganhar!
Chapecoense | Para Sempre

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